PÃO
PÃO
O que me lava a alma E me sacia a boca, E me faz tomar porre de felicidade! É pão dividido por várias mãos, E comido por várias bocas, Pegadas seguindo mesmos rastros! Olhos nutridos por mesma hósta. Cálice solidário comendo do mesmo pão. E o que me sacia as sedes... São as argamassas moldando mesmo peso. Analogias a dar mesmas dimensões! São bocas bebendo no mesmo poço. Mãos trançando as mesmas rendas! Gados pastando no mesmo pasto. Comendo da mesma ração! Almas racionando iguais miragens. O que me farta a boca, Não é o que enche o estômago. São as mesmas fomes iguais! A festejar, cirandar bocas diferentes, Sustentando sonhos idênticos. Albérico Silva
AlbéricoCarvalho
Enviado por AlbéricoCarvalho em 15/07/2012
Alterado em 15/07/2012 |