DESEMPREGO
DESEMPREGO
Homens zelosos, Às primeiras gotas da madrugada, Com a garoa lhes furando a cara, Tateando no escuro, descem os calvários... Da sua crucificação! Apouca luz que lhes diferem, ratificam a igualdade, De mesmas fatalidades vizinhas... Beirando as mesmas portas, Debruçando-se sobre as mesmas janelas... Rondando os mesmos destinos! Fronteiras de mesmo abismo. Dobrando mesmas esquinas... Rotas de idênticas misérias. Vão à busca de trabalho! Na ilusão do sustento diário, Burlam a saúde, triste quimera! Para eles qualquer bagulho serve, Qualquer gororoba, qualquer gravanço! Desde que enganem a boca, Desde que satisfaçam o estômago. E farão de tudo o que o patrão quiser! Subordinados, obedientes, cativos! Qualquer réstia de luz é um Sol de esperanças... É a luz que se esgueira no túnel! São como quaisquer, nessa imensa multidão. A rir fartos os dentes na boca. Rostos de mesmas imagens de mesmas utopias... Todos eles Zés! Albérico Silva
AlbéricoCarvalho
Enviado por AlbéricoCarvalho em 16/07/2012
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