VIDA BOA! VIDA BOA!
Dos dias idos da minha infância guardo comigo lembranças.
Lembranças da bola de meia, das bolas de gude,
Dos periquitos, das arraias, do carrinho de rolimã,
Descendo livre feliz as ladeiras da minha cidade.
O ar puro me festejando o rosto, me acariciando a face,
Respirando ar limpo, vivo, claro, brisa translúcida, amena,
Deleite, banquete em forma de vento.
Sem os freios que me impõem agora a sociedade.
Sem as injunções desses dias!
O ar como que refletindo a luz do Sol,
Coloria nossas faces coloria nosso mundo.
Nada igual vejo hoje nesses dias.
Água cristalina,água doce correndo livre no riacho,
Parecia espelho d’água, fotografando a vida.
Os sonhos, as esperanças a felicidade.
Maria há Maria! Os primeiros olhares,
O primeiro beijo! Coração sem freio,
Pulando desembestado.
Os banhos de chuva! Água potável da boa,
Água de cisterna, o bolo de milho de D. Juca,
Vida boa!Vida boa!
Vida que eu não vejo agora!
Na memória? As lembranças do pé de manga,
Do pé de araçá do pé de abacate,
Trampolins imaginários na minha infância
Nas árvores, as gangorras o balanço, a escorregadeira,
A me equilibrar o peso a me embalar o mundo.
Academia a céu aberto a me proporcionar saúde.
Saúde racional, sem as mazelas de agora.
Sem os agrotóxicos, sem os tóxicos sem o modismo de hoje.
Sem esses tristes aforismos.
A qualidade de vida na minha infância,
Redunda no homem feliz de agora!
Albérico Silva