XIS DO PROBLEMA
Somos animais, irmãos nos reinos, racionais ou não, somos criação de Deus.
A nós, Ele nos criou simples, e ignorantes, apesar disso, o irracional em nós,
Nos torna próximos, Senhor, e tão racionais, tão quanto os demais animais.
Albérico Silva

 

POESIA PARA AMIGOS

Escrevemos algumas páginas durante a vida, sem notarmos, falamos de nós mesmo...

Textos


LICENÇA POÉTICA

Disse Fernando Pessoa,
O poeta é um fingidor.
Contudo, o que finge e como finge,
Verdadeiramente o poeta?
Quando escreve, decodifica seu poema.
Quando deixa que entre as letras e as rimas,
A emoção aflore e deflagre na alma,
Na pele, nos poros o delírio que o arrebata.
Derramando versos sentidos,
Muitas vezes carpidos na própria experiência.
O que finge o poeta, quando declama a fome,
Se ele próprio a sente em cada estrofe.
Como fingir a seca, se na pele esquálida,
Tosca, deteriorada, os efeitos alarmantes são visíveis.
O que finge mesmo o poeta? Quando em versos,
Ele enaltece a mulher, a mãe, essa bela criatura humana.
E quando ele declama sua própria genitora,
A desfiar um rosário de valores,
Que só ele conhece desde a infância.
Como finge o poeta?
Ao falar da infância, ao falar da criança,
Ao falar em versos dessa beleza que espargi inocência.
Como finge o poeta, ao declamar o amor,
Ao versar sobre o outono, sobre a primavera!
Sobre os encontros e os desencontros que a vida oferece.
Como finge um poeta? Ao falar dos desmandos,
Que aniquilam a criatura que validam,
Que perpetuam ciclos horrendos de misérias!
Como finge esse Poeta?

Albérico Silva
AlbéricoCarvalho
Enviado por AlbéricoCarvalho em 28/07/2012


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