ORVALHOS
ORVALHOS
Minhas mãos tateam na penumbra Essa silhueta perdida entre curvas nuas. Anatomia perfeita nessa escultura sagrada. A alastrar essa chama,que me conflagra o peito! Coração totalmente descompassado, A alma, a querer sair apressada pela boca. Arrepios, frenesis, mapeando a apele! Mãos em atitude,em silêncio, navegam, Nessas ondas do teu corpo, como meu poema! Melodia dos sussuros a se deitar nos meus ouvidos... Magia, e virtude, em ser mulher, em ser fêmea, São como estrelas, seguindo sua sina. Sinto no âmago, o reflexo dessas sedes... Que voam do recôndito dos meus desejos, E difunde-se em aspirais por todo o meu corpo. E quando sua alma aproxima-se da minha alma, Meu íntimo ferve, e atiça cada centímetro desse desejo, Dssa volúpia que severamente me compele! Me impele, tresloucado, desgovernado, para o teu regaço. É como, se vários vulcões totalmente em chamas, Resolvessem expelir toda a sua lava... Fico assim, diante de te, sem nenhum controle. E cada vez mais, minha sensibilidade me desnuda, E me incita, e me enleva por inteiro! Sinto-me nas vizinhanças de um labirinto profano e sagrado. E não há GPS, por mais magistral, que dê jeito! Ficarei, para sempre perdido nos teus lábios. E ficarás, para sempre desenhada nos meus beijos. Imagem invertida desse quadro, reflete-se no espelho! E os acordes, em formam os aís, que passeiam na tua boca, Me envolvem numa saga de luxúria e de prazeres. Irrefreáveis, incoercíveis, indômitos! Nesses momentos percorro caminhos extremos, Que me ligam os céus aos infernos! E vou lentamente apaziguando meus orvalhos. Envolto ainda num redemoinho de desejos. Albérico Silva
AlbéricoCarvalho
Enviado por AlbéricoCarvalho em 22/09/2013
Alterado em 28/09/2013 |