INSPIRAÇÃO
A inspiração de cada poeta se derrama se conflagra.
Suavemente, livre, como gotas de orvalho. E tem das mesmas belezas, dos mesmos segredos, Das tardes de outono, e são como estrelas, Sóis que iluminam as rimas, daí serem os versos, De cada poeta, esses espelhos, esses apelos, esses reflexos, Esses ímpetos, que vem sobejamente dos delírios da alma. Essa abençoada agonia, essas catarses, que pedem passagem! Que arde no seu âmago, no seu peito, como fogo sagrado. E se insurge, sobre a sua pele, a refletir-se, em cada cotidiano! Por isso, em que pese todos os poetas solverem, beberem, Das mesmas fontes inspiradoras, contudo, cada poeta escreve, Com os seus sonhos, com suas biografias, com as ideações, Que trazem em se mesmo, com suas convicções, seus alarmes! Seus tirocínios, suas introspecções, suas abstrações... Suas circunspeções, seus reclames, e seus históricos. Seus frenesis, a deixar fluir, também em cada verso, a criança, Que ainda salteia, em seu íntimo, e que lhe assinala, As mais doces fantasias, a permitir provir às primaveras. A deixar iluminar os sentimentos presos nos casulos do coração. Que libertam as borboletas que voam nos seus versos! Albérico Silva
AlbéricoCarvalho
Enviado por AlbéricoCarvalho em 17/11/2013
Alterado em 19/11/2013 |