VISÃO
VISÃO
Minha poesia tem sido um flagelo. Pois tenho recolhido meus versos na rua,catando rimas... Lugares, por onde passam o abandono das criaturas. Onde toda sorte de promiscuidade, tem sido a tônica. Revelo esse laboratório, com a alma em angústia! Quase em frangalhos, ante a Guernica que se apresenta. Tendo visto sextos de lixo, revirados em busca do sustento, Em busca de alento, assinalando uma sina, em busca de pão! Tenho ouvido e visto, os gritos de socorros, o som da opressão, Serem, miniminizados, abafados pelos ecos de uma consciência, Que se a comada na indiferença fidalga, e esdrúxula! Crianças amadurecidas, vendendo a alma,vendendo os sonhos... Um mar alarmante,de agonias, de descaso, e de tolerâncias. Meninas oprimidas, bonecas com rosto de pano, Ante o peso, que lhe açula o gozo prematuro,gemem! Tudo isso, bem diante dos meus olhos, elementos gritantes, De uma sociedade hodierna, fragilizada em se mesmo. Minha poesia, tem colhido essas impressões, aqui e acolá, Aqui e acolá, como pano de fundo de um mesmo circo. Minha poesia, são versos corridos, transgredidos ante, As máscaras que me apresentam nas madrugadas,e mostram, Homens, cuja vaidade, deriva do latim vanitas, a dar, A qualidade,do que é vão, dessa falta de realidade. Que os brutalizam, que os vencem, os animalizam... Contudo, sob Sol escaldante, nada muda nesse cenário. E as vitrines, são tempestades também de idênticas valas. Inoportuno abismos, a fazer sangrar a alma humana. E me imprime nítida impressão, de que o seres humanos, Estão ilhados,presos, nas suas próprias injunções, colhendo frutos... Albérico Silva Um Feliz Natal, para todos!
AlbéricoCarvalho
Enviado por AlbéricoCarvalho em 15/12/2014
Alterado em 17/12/2014 |