ASAS
Partiram-se, como fragmentos de uma vida.
Como perdas, intensas,e significativas, dos meus sonhos e fantasias.
A interpor-se, entre minhas diversas realidades e numerosas ficções!
Por isso..., essa incoerência banal, trivial, súbita apatia para os voos...
Daí, essa quase inaptidão, e esses vazios existenciais, e essas ilhas,
Daí..., serem..., horas, terra-a-terra, os meus versos, os meus gritos!
Poemas, poesias, que defluem,partem-se abortam no ventre da terra.
E tudo isso é tão quimérico e abissal qual verdadeiro,e quão legítimo,
Pois, derivam das incongruências e verdades de nós seres humanos!
E horas tão pueris, e simplórios, noutras ocasiões, são quase divinos.
A deixarem fluir, entre os poros e a pele as insensatezes, os frenesis.
A modelar várias Guernicas, como os protótipos, das nossas aflições!
A desenhar, metaforicamente, as ambiguidades, dos seres humanos.
Pois,somos todos famintos das mesmas fomes das mesmas solidões.
Contudo..., há, uma solicitude, quase irracional de conformismo social.
Muito de nós, cruzamos os braços, e esperamos, do céu as respostas.
Realmente, não sei, se é Deus quem primeiro chora nos meus versos...
Mas, sei ser Ele, quem primeiro observa minha intenção de igualdade,
De justiça, amor, de solidariedade, de gratidão,de fraternidade,de zelos.
Visto que, essas predisposições, fazem, os meus versos criarem asas...
Horas voem, horas fiquem ilhados a serem testemunhas desses ecos!
A pretenderem ser vozes, desafivelando os nós, saindo das trincheiras...
A propiciar que as minhas rimas, voem, até onde meus pés virem asas.
Albérico Silva