VIDAS
Quebraram as asas…, já não voam? Fecharam-se em si mesmas? A geografia das mãos, do rosto, do corpo, e de tantas possibilidades, mudaram drasticamente? E os rios da juventude secaram, escoaram pelos ralos da vida, e são agora, pequenos riachos? A magia,contudo, é saber cultivar a luz desses ribeiros que restaram,ter maturidade, seguir em frente. E bem sei, são vivas as memórias, as lembranças, às vezes faz nascer, rios caudalosos sob nossos pés. É que, o tempo fala pela boca do relógio biológico, e mostra os espelhos, as cavernas são filosóficas. É que, o tempo pinta os retratos, e expõe os limites, e drasticamente, insensível assinala o mapa! Aí, ficam assim, as marcas, os sinais, as metamorfoses , e os casulos saem recolhendo metáforas. Daí a necessidade se arredar as pedras do caminho,e seguir, refazer as rotas, e seguir Drummond! Pois, o tempo segue sua estrada, e criar as diversas asas que nos propiciem os voos, são metas. O tempo contabiliza nossos sucessos, nossas desventuras, e os tilomas ratificam nossas lutas diárias... Assim,reunir os cacos quando eles se disperçam, é ouvir os ecos das nossas trajetórias, é si reinventar! O tempo passa, dizem que voa, não é fatalidade, curso normal das coisas, não quebrem os espelhos, A geografia e a história são dinâmicas,uma fala das metamorfoses da vida,outra reescreve os sonhos... E ficar presos nas cavernas existenciais é temeridade reflexiva, pois, ficamos reféns das nossas sombras Desse modo,é bom atentar que a paisagem exterior de hoje, é cartão postal belíssimo,reflexos do ontem. Pois,caminhamos estradas,criamos nossas estórias, e ter o que contar,caminha, assim por essa geografia É belo, oportuno envelhecer, e na mochila, dignidade, e experiência, não são fardos,ratificam a história As fotos de hoje são tão belas quanto ontem,cada etapa da vida registra sabedoria, vivências, identidade E se hoje não se pode voar, rejubile-se, já voou, valorize suas etapas, se contagie com a etapa de agora, Pois, as pernas para quem quer voar viram asas, e as mãos conhecem atalhos, a experiência caminhos... Tudo na vida se transforma, é bom saber abrir a Caixa de Pandora, e vivenciar o tempo nas suas etapas. Daí, quebrar os espelhos é obviar a história, pois os bondes seguem o curso, e os trilhos fazem a hora! E fechar-se em si mesmo, é negar-se, é abrir mão dos contos de fada, é não saber cantar, era uma vez... Albérico Silva AlbéricoCarvalho
Enviado por AlbéricoCarvalho em 17/08/2019
Alterado em 28/07/2021 |