VIDAS
Admiro principalmente essas árvores, mãos calejadas, frágeis, peles toscas, secas. A mostrar vestígios das árduas pelejas, e de como o tempo vai moldando suas vidas. Gosto de ver seus galhos secos, exaltados, braços esquálidos, voltados para o céu, Todos..., em agradecimentos à natureza, como se estivessem..., todos em preces... Bela, e sui generis romaria, desses seres que se entrelaçam num afetuoso amplexo, E parece-me..., que alguns se quedam genuflexos..., e recebem a hóstia sagrada! E as suas mãos..., voltadas para o céu parecem contar, e conversar com as estrelas. As geografias, desse corpo, apontam para os sinais, e mostram as rotas alteradas. Essas marcas engavetadas na alma, suas vivências, são registros, seus históricos. Esses anais aferem os dias passados e como as adagas deixaram marcas indeléveis. Essas anamneses costuram as colchas de retalhos, e dão grande significado à vida! Tenho a mais nítida impressão que a nostalgia fica reconstruindo suas lembranças... A fazer referência, aos seus outonos... , quando as folhas, despiam os seus galhos, E as folhas secas caídas forravam a terra, essas alfombras, espetáculos da natureza. Quando, as suas ínsitas reminiscências, eram, inapagáveis memórias das primaveras. E os seus galhos floridos..., viçosos, abriam largos sorrisos agradecidos, e acenavam... E embalançavam-se ao ouvir a voz canora dos ventos, que improvisava as gangorras. Em bela apoteose à natureza vestia-se de flores, e os perfumes inebriavam as almas... Contudo, indefesos., envelhecidos, curvam-se, em presença das diversas intempéries. Arqueiam diante dos caprichos dos diversos ventos, e o crepúsculo faz os seus ensaios, É o ciclo de vida preparando-se para recolher os casulos, às semelhanças são privilégios. Albérico Silva AlbéricoCarvalho
Enviado por AlbéricoCarvalho em 10/07/2021
Alterado em 10/07/2021 |