A VIOLONCELISTA

A violoncelista abre elegantemente as suas pernas...

E..., agasalha, suavemente, o, violoncelo, entre, as, suas coxas! ...

Acolhe-o...,igual ao homem amado., o, qual..., recebe-o  no colo.

Os corpos estreitam-se a, violoncelista também é um violoncelo!

Dedilha-o, nessa, relação afeiçoada, a artista e seu instrumento,

Em cada curva, um segredo, feminilidades, tais particularidades...

Gáudio, deleite, da artista, e, o som, navega sobre curso d’água...

Essa melodia, tons musicais que, parece emergir do seu âmago,

E, em cada acorde, uns aís..., sussurros, de aflição, os gemidos...

São quase lamentos, as, dores do mundo, essas vozes do povo.

A violoncelista, o mantém docemente entre as coxas, e a vareta,

Esse arco roça as cordas, ínsitos vagidos, e, é quase um pranto...

A violoncelista é regozijo jangada que balouça nessa correnteza.

Albérico Silva